“Aquele que Me conhece como Sou, sabe que Me agrada o domínio de si mesmo, reconhece-Me como Senhor do Universo, e amante de todas as almas, e une-se comigo. Pois Eu sou o amparo de todos os que em Mim se refugiam.” Bhagavad Gita V:29
"A sede de prazer é nossa verdadeira enfermidade; seus sintomas são a luxúria, a ambição, o orgulho, o ódio, o ciúmes, a ira, etc. É necessário um tremendo poder mental e força de vontade para impedir que a mente se converta em ondas de paixão e ira. A grande inquietação mental de uma pessoa comum, escrava de seus desejos e paixões foi descrita em termos vívidos por um yogui, que poeticamente a comparou com um macaco cuja natureza é a própria inquietude. Mas pensando que isto não era suficiente, o yogui acrescentou, “um macaco ébrio e picado por um escorpião”. Quando alguém é picado por um escorpião salta de dor durante um ou dois dias; assim que podem imaginar a inquietude do pobre macaco. O poeta, no entanto, achando que algo faltava ao animal completou dizendo: “Por último o macaco foi possuído por um demônio”. As palavras não bastam para descrever o estado lastimoso daquele pobre macaco.

Conquistar a mente é mais difícil que conquistar o mundo inteiro. O que conquista sua própria mente é o maior herói e o verdadeiro conquistador do mundo. “Aquele que domina a seus pensamentos e sentimentos é maior que o conquistador de uma cidade”. Diz um yogui: “Se um herói vence em uma batalha a mil vezes mil homens e outro vence a si mesmo, este último é o maior conquistador”. Portanto devemos prestar atenção especial ao estudo da mente; devemos aprender a analisar sua natureza e vigiar constantemente suas várias modificações, tratando de desenvolver e robustecer o poder da vontade.
O yogui desenvolve o poder da vontade pela prática diária; desperta os poderes mais elevados e luta contra seus grandes inimigos até que logre a vitória. O perfeito autocontrole do yogui é aquele estado mental em que não há nenhuma classe de desejos e paixões que possam perturbar a paz e tranqüilidade de sua alma. Este estado pode ser alcançado mais facilmente se eliminamos as borbulhas dos desejos quando ainda não se transformaram em ondas de paixões, ou seja, atacando-as enquanto são débeis ainda. Isto pode fazer-se analisando a natureza dos desejos, ou comparando o prazer transitório que nos proporcionam os objetos sensórios com o estado pacífico e sereno da mente que não é perturbada por desejos e paixões. Também devemos recordar que o mais elevado ideal de nossa vida não é desfrutar o prazer dos sentidos e sermos escravos das paixões, senão obter o domínio sobre o eu inferior e realizar o Ser Divino.

Baixe e leia o texto completo: Desenvolvimento Espiritual - Um importante texto introdutório sobre a Filosofia e Religião da Vedanta; profundo e abrangente. Tradução ao português do livro "Vedanta Philosophy - Three Lectures on Spiritual Unfoldment". Por Swami Abhedananda (1866-1939), discípulo direto de Sri Ramakrishna.